quarta-feira, 31 de dezembro de 2008


Votos, 2009, e um quase atraso do último dia do ano.


Eu desejo que você seja feliz, não uma felicidade explícita, só feita de sorrisos e fanfarras, uma felicidade dessas, viscerais;
Desejo que tenha amigos, os melhores, daqueles de uma vida toda ou os de um dia só; amigos pés- no-chão a ponto de mandar você ser sonhador e cabecinhas-de-borboleta o bastante para lhe chamar à realidade...Amigos com olhos de dia ensolarado;
Ah...desejo também que tenha um amor, que lhe abrace macio e acorde ao seu lado...Se ris, porque já encontraste...desejo, pois, que lhe diga coisas bonitas e tenham canções juntos...desejo ainda, nesse campo, que entenda que o outro é Um outro, e que ambos são universos em si mesmos.
Espero que você perdoe e esqueça as ofensas que alguém, por ventura, lhe fizer...e que ofenda muito pouco, ainda que seja aquelas ofensas altamente escusáveis...
Que você se dê bem no trabalho, seja o primeiro da turma, e que com a família, esteja tudo sempre “muito bem, obrigado”.

Um ano iluminado!!!



p.s:Foto anônima.

sábado, 15 de novembro de 2008



Se mãos escorregam por corpos sinuosos ou lânguidos, se olhos se encontram num arrepio, se salivas se misturam de um modo deliciosamente estranho, se são cheiros diferentes, gestos que se complementam, frases que arrancam suspiros de compreensão...qual é o próximo passo?
"- Não sei, nunca sei como agir."
Sorrisos, um momento de timidez, um beijo roubado, cheiro, gestos, tudo de novo e mais uma vez, momento dois de timidez. Uma buzina, ligação e um tchau.
Uma vontade daquilo que se tem vontade de sempre ter de novo...
Tic tac tic tac, sem parar-sem parar.
"-Aquela velha amizade já não existe mais"
Uma menina triste e a vida ser tão passageira, e isso nem soar clichê para ela.

Mas isso foi só um pensamento momentâneo...

Liga/não liga? Não liga...
Um olhar que não cansa
Um fim de semana que passa como um banho demorado, filmes, pausas, desejos...







sábado, 11 de outubro de 2008

Sedução, por Millan Kundera...

"O que é a sedução? Pode-se dizer que é um comportamento que deve sugerir que a aproximação sexual é possível, sem que essa eventualidade possa ser entendida como uma certeza. Em outras palavras, a sedução é uma promessa de coito, mas uma promessa sem garantia”.

Olho para o vazio, os pingos de uma chuva intermitente pairam sobre uma planta quase morta. Não, minha mente não está aqui, ela está em você, está em sua voz quando me faz um galanteio... primeiro seu olhar surpreso, seu olhar inteiro...depois aquele doce espanto dá lugar a um observador do gênero inquisidor, daí à fogueira são poucos passos...sua boca se abre uns milímetros e esboça um sorriso de canto, sua língua umedece os lábios e profere palavras profanas ao som de harpas e sinetas...

Um arrepio
Um chamado...

E uma pilha enorme de trabalho inacabado...

quarta-feira, 23 de julho de 2008

Senti-me terrivelmente só...eis o motivo de minha saída repentina.


Olhou de seu assento as pessoas no outro ônibus, pela janela traseira, a que sempre traz propagandas, aquela não as tinha. Olhou-as com um carinho desmedido e incompreensível de ser, eram pessoas e pronto. Só que as pessoas não estão muito afeitas ao amor nessas últimas estações...


-Tens o sentido da vida?Só para me lembrar que não preciso dele tendo você por perto...


Clichê, há coisas essencialmente clichês, que só existem para me lembrar o quanto não gosto de plágios,nem de rimas pobres...Quantos de você existem dentro de você mesmo?


-Sou seca e sóbria...e às vezes sorrio...sou ácida.


-Pessoas não gostam de mim, pessoas não me entendem, pessoas confiam, me acham doce, não sei me definir...


-Sou muito bonito e bom demais pra essas garotas daqui, as olho daqui de cima. Não, não quero dançar, contato físico é guarnecer demais os outros. Serei eu gay?


Sou alguém sem rosto pra mim, um transeunte qualquer que segue por um caminho que não cruza o meu...

segunda-feira, 30 de junho de 2008

"You are not alone...I am here with you...Even when you're scared...I'll never leave you..."

Comprei um presente para uma garota ortodoxa e ela acabou trocando, soube porque a moça da loja era uma amiga e me contou...às vezes acontece isso, isso de não ver as pessoas, os presentes sempre acabam sendo trocados. Fui no shopping no domingo, tinhas moças bem maquiladas, rapazes exibindo seus tênis de marca, pareciam felizes, vai ver blush e pisadas confortáveis são máquinas de sorriso e eu nem sabia disso, por que ninguém havia me contado? Viver uma vida simples, feliz e crente é privilégio de poucos, não se sabe ao certo se se é dádiva ou karma...fico com a primeira opção, é dádiva....procuro saber a qual deus prestar reverência para alcançá-la...isso soa como uma prece, porque realmente é...

-Você tem o sentido da vida?

Não ter, achar que tem, não querer saber....Por que? Não importa...Não importar-se...

-Eu sou crente e você é cética...

Não achar isso tão essencial, não reduzir o centro do universo a questões metafísicas, não achar-se o centro do universo...pedir perdão, sentir-se perdoada, extasiar-se com bálsamos.

-Qual o gosto da solidão para você?Ela consegue ser doce e suave às vezes, ou você a sente tão intensa a ponto de ser você parte dela e não ela parte de você?

Deitar-se, rezar, dormir, agradecer, fazer, pedir, chorar, crescer, amar, desfazer-se...
Perder-se...

Reencontrar-se....


terça-feira, 10 de junho de 2008

Me falava chorando dos amores não correspondidos
e eu, cá dentro de mim, com meus amores impossíveis...
Uma revelação que lhe deixara com a boca amarga, sensação de soco...
-Amar é se estrepar pelo outro. Por quantas pessoas você faria isso?
Vazio
-Então não me diga que ama demais.
O diálogo perturbador começara por causa de uma frase num livro, algo como "não poder suportar mais uma pessoa para amar". O amor era um peso, lhe escapou feito um peixe: liso...escorregadio...fugindo de seu controle...
Vai ver era o cansaço...seu deus não era um deus de conhecimento...isso doía tanto...fora enganada...
Seria tudo falso então?Por quem você se estreparia?Seria tudo falso e em vão...
Seu deus não era um deus de conhecimento...
Sobravam-lhe tão poucas pessoas...e sendo isso mútuo...era ela amada?
Amores não correspondidos, tão fatais por esse ponto de vista....
Medo de amar...tão faca de dois gumes por esse ponto de vista....
Amores impossíveis...tão improváveis por esse ponto de vista........
-Não te deixaria só, ficaria aqui por você...
Pensara aquilo?Falara? Não se lembrava...não foi desse jeito, nem diferente disso...foi o amor que cede...por quem você cederia um desejo seu?
Redenção...
Ficou por ali...

quarta-feira, 21 de maio de 2008



É meio que um comentário, mas não poderia deixar de fazê-lo: Pauta do dia... "Travessuras da menina má"
A vontade de ler esse livro é antiga e contida, por vários motivos que ensejariam outra postagem, enfim...consegui o tal livro, que é de um escritor peruano, Llosa, que eu não conhecia, mas já tive notícias de uma "companheira de viagem" que é um excelente narrador...
A "menina má" faz jus ao título, fazendo toda espécie de malabarismos sentimentais com o nosso herói, o "menino bom"; cabe aqui lembrar que a moça da capa não é nossa protagonista, não se teve notícias de que ela era afeiçoada à leitura, quem lê é alguém alheio ao livro e é uma mulher, o que me fez pensar que o livro é um manual para que as mocinhas sejam mais "más" e os mocinhos sejam mais "bons", mas não tão maus ou tão bons...é um conto de amor às avessas, onde o homem é sempre o mais machucado e onde há uma vilã, com características bem marcantes, que é ao mesmo tempo o bálsamo e o algoz do pobre moço.
O texto gira em torno da menina má de tal forma que ela foi o único personagem que se materializou na minha mente (ela era Emmanuelle Béart, de Le Héros de La Famille), muito embora não seja presente na história, se ausentando por longos períodos dentro da narrativa; quando consegue-se visualizar outro personagem, um "japonês franzino", o faz só para observar o abismo que separa a deslumbrante chilenita de um de seus amantes...
Tem algo de muito bom nesse livro? Não, não tem...só que ele evoca algo que não pude distinguir...
ainda...
De qualquer forma, é um bom presente...um bom empréstimo...uma boa leitura... quem sabe alguém consegue responder a pergunta da contracapa: "Qual é a verdadeira face do amor?"

sexta-feira, 2 de maio de 2008

Aprendi, ao invés de tentar fazer as pessoas serem como eu, tentar ser como elas , entende?

eu tenho o mesmo muro intranponível que elas...


e vivo razoavelmente bem com isso...

Era algo sobre envelhecer, um presente de maioridade tardia, uma flor. Tornou-se duro e grotesco, pesado, quase triste. Matar algo de bonito de dentro de você, render-se, uma queda lânguida e cinza, uma música vagabunda que faz chorar, talvez propaganda de fim de ano, talvez...

"em que sentido?"

É como...você não está na parcela dos da solidão, você sempre tem alguém com quem contar...é só você que não quer às vezes...eu acho...

Sempre nem sempre quiça fosse só querer...

Não estou dizendo que você tem de amar....de novo, é só um lembrete...

E tinha tudo o mais a dizer e reivindicar de deus naquele dia, porque chovia, porque o sol brilhava demais, havia crianças chorando também, uma festa, uma saudade, uma ausência, e havia música não tocada, planos de um feliz ano novo que chegava ao meio, tantas máscaras e tantos risos...felicidade?Havia?Sempre há...

"acho que amor transcende isso"

Pensar em coisas, esmagá-las...torná-las menores, deglutíveis, mandá-las embora, não querer mais pensar em coisas pequenas tangíveis escorpiônicas...não se importar com neologismos...ser pena...bruma...riso melhor que lágrima, antes doce que salgado, o apertado ao frouxo, que seja quente frio, os mornos serão vomitados...

Feliz maioridade...

segunda-feira, 31 de março de 2008




Ele era um rapaz alto. Melhor. Ele era um rapaz grande... encostado despretensiosamente no vão da galeria...ela? Uma garota pequena...sem salto...uma moça pequena de óculos. Ele gostava de óculos e tinha um sorriso bonito...
-Oi...
Sempre cumprimento com oi...de tanto perdida naquele abraço grande grande. Aquilo não era bem um "encontro", ou era? Não tinha aquele ar de encontro, na cabeça dele porque ele estava comprometido...na cabeça dela...bom, tinham muitas coisas na cabeça dela...e viva a sinuca!!
Um menino bonzinho, que a deixara ganhar uma vez e que errara tão propositalmente, tão descaradamente que ela achou até graça...
-Eu quero chocolate
-Eu prefiro napolitano....
Quis saber o que ele escutava no mp3...ela era tímida e ninguém acreditava...não perguntou...não da primeira vez...mas perguntou depois...do primeiro beijo, dado por uma cantada, digamos, um tanto não convencional....mas beijos são envolvidos sempre por uma aura de mistério...desmancham sua causa... tornam-se estopins...

E esse beijo de longe é só seu...
E esse texto postado é só seu....
Feliz aniversário!!!

segunda-feira, 25 de fevereiro de 2008


Eu vejo amor nas pessoas. Melhor. Eu via amor nas pesoas, amores assim, tão delicados, plagiando eu o dueto Vinícius/Jobim..nesse espaço de (des)abafos e (des)afetos tenho eu muitos rascunhos, sabe? Coisas não ditas, coisas interminadas, vai ver me preocupo muito com o Sr. Na Frente da Tela, ou vai ver com a Srª Que me Lê...muitas coisas "impublicadas", outras "impublicávies", fazer o que? O pudor é meu defeito e salvação. Antíteses. Sou um pouco ser-antagonicamente-sufocante....ora sufoco os outros...ora, sou eu a que necessita oxigênio em longas e contínuas doses. Mas, indo ao início, falava do amor: eu via amor em algumas pessoas, eu queria o amor de algumas pessoas, amor que causa inveja,sabe? "Nem todo bem,faz bem", como eu disse num outro texto...mas a visão embaçada que eu tinha se foi...e não há pessimismo nisso de usar o verbo "ver" no passado...creiam! Cheguei a um estágio interessante da minha existência (wow!!), o de não me prender a conceitos pré-formados de sentimentos; assim, temos essa definição de amor no Wikpédia (sua enciclopédia livre,rs): "A palavra amor (do latim amor) presta-se a múltiplos significados na língua portuguesa. Pode significar afeição, compaixão, miseridódia, ou ainda, inclinação, atração, apetite, paixão, querer bem, satisfação, conquista, desejo, libido, etc. " Só que o amor não é isso. O amor não é um sentimento puro, ele é uma mescla de sentimentos, é um vírus complexo, por isso a "cura" é tão difícil. " O amor? Um vírus?" Sim, quem nunca sofreu de amor? Como sofre-se de tísica, por exemplo(credo,rs)?Um vírus complexo, uma doença crônica...mas quem não quer se contagiar?E quem nunca desejou antídotos?

domingo, 27 de janeiro de 2008





A cada dor de cabeça, um parto. As idéias correndo e gritando, eu tentando apanhá-las, de um lado para outro

-Tragam água quente!!!

Como se eu pudesse guardá-las todas, como se elas
fossem
caindo
de árvores e se fincando no solo, macias, quentes, fecundas, a cabeça dói e as idéias, quase sempre, me fogem. Preciso

Escrever
Ensinar
Realizar sonhos
Preciso meu projeto de filosofia e escrita
Preciso um abraço
Me dá um abraço?
Dê-me um abraço, diz a gramática
Mas a menina aqui, em alto e bom som, sempre grita
Me dá um abraço você!

Preciso um livro, que seja assim meu, mas como fazê-lo se não sei escrever?Tão poucas linhas... se gosto do belo e não sei fazê-lo por muito tempo, dar à luz palavras simples e engraçadas, prender, enlaçar, fazer a comida perder-se ao fogo pela (des)atenção que causa a leitura, como fazer o belo se estender por linhas e linhas e pautas?Como fazer chorar com palavras, ou fazer essa coisa mágica de refletir-se....como ser forte o tempo todo e criar, não misturar-se a criatura com o criador? Ser ficta, íntegra e acima de tudo belo e extenso como um livro, linear como um livro? Envolvente como um livro?Como querer ser lido?

-Faz um poema pra mim?

É que sou mais prosa que poesia, sou do ritmo lento, quase parando que um texto tem, e que consegue prender mais que a musicalidade de um poema. É o disforme e indefinido. O não saber para onde se vai...vai ver é isso...Vou aprender para onde ir...