quinta-feira, 31 de dezembro de 2009


Sem votos esse ano.
Sem tantas palavras.
Apenas viver de maneira intensa.
Se há um desejo, é esse.

quinta-feira, 2 de julho de 2009

Apaixonar-se...




Perder-se...

Olhou pela janela do ônibus, o vento varria a cidade em línguas imperiosas..."vai chover", pensou.

Encontraram-se na porta de uma loja qualquer, ela comprava uma coisa qualquer...um all star...olharam-se, daquele jeito que só os amantes fazem e compreendem, suas mãos se tocaram um instante, um leve roçar, um arrepio.

Sairam conversando trivialidades, ela havia clareado o cabelo, o tocou de leve, fazendo um carinho atrás de sua orelha. Sorrisos.

Engraçado como as pessoas passam pela vida sem notar os pequenos detalhes do que lhe cercam. O correr as faz perder o que de mais saboroso há por aqui: o outro. O não notar, essa desatenção que as torna anônimas, não as faz perceber que é tão bonito isso...de se apaixonar.

Encontrar-se.

Despediram-se com um sorriso triste, um abraço quente e uma promessa de um dia talvez...

sexta-feira, 20 de março de 2009


"-Não te amo mais.
-Desde quando?
-Agora. Desde agora.Não quero mentir e não posso contar a verdade, então, está tudo acabado.
- Não me importo. Eu te amo. Nada importa.
-Tarde demais. Não te amo mais. Adeus."





Tênue (e triste) a linha que separa o "querer" do "não mais querer".

quarta-feira, 11 de março de 2009



Ela havia crescido. Saíra da Terra do Nunca, acenando com uma saudade, um lenço e uma lágrima. Deixara para trás os prendedores de cabelos, aqueles coloridos. O arco-íris, elo entre o sol e a chuva, nadava ao longe, perdido em ondas cinzas...ou estaria andando na areia pastel?
Acordara um dia e estava diferente, triste não ter se dado conta do fato, era uma auto-suficiência implícita e arrogante. Pena não ter se apercebido. Trabalhava, estudava, chegava em casa, fazia contas, pagava-as, queria mais dinheiro, ligava pros pais, afinal, “a segunda estrela à direita e então direto, até amanhecer”, é sempre uma boa direção a seguir.
O tempo era sempre tão curto e o “não” tão mais apetitoso, de repente estava só... e, curioso...a solidão lhe parecia uma taça delicada, recipiente de uma bebida doce e morna que ela queria sempre mais e mais. Foi assim, nesse torpor, crente de que tudo continuava o mesmo, amigos, família, e amores, que permaneceu.
Saira da Terra do Nunca
Sem escolha, sem aviso.
Pena não ter se apercebido.

sábado, 10 de janeiro de 2009


Talvez você não precise se proteger de seus desejos, talvez não se esqueça nunca de seu primeiro beijo ou do primeiro orgasmo, ou talvez não seja nada disso...

Andou até o centro da cozinha, sim, não havia fome, não havia tempo, nem música havia. Talvez não quisesse mesmo ter os pés fora do chão..."Trim...trim..." e o telefone que toca num ritmo intermitente de atenção; é seu vizinho, um cara interessante que lhe olhou de maneira diferente...é você ser tímida pra em seguida levantar a cabeça com um ar de esnobe.

Foi o que?Frio na barriga? Não, foi só um resquício de ser dono daquilo que nunca lhe pertenceu. Não, o cabelo não está legal, vamos tentar chapinha novamente?Ou vai apelar pros cachos? Não, vai ficar em casa mesmo, o que lhe leva interminantemente a centro da cozinha, é, mas o doce da geladeira já acabou, vamos tentar waffles?

Livrou-se das roupas antigas, uniformes antigos, certo, guardou a blusa que a madrinha lhe dera, aquela listrada, de rosa e preto, num estilo retrô, certo, deixou também o uniforme bordado, devolverá os livros emprestados, tão logo arrume o armário da sala...

Com que frequência as pessoas se aproximam de você?E qual a profundidade que elas atingem? Em outras palavras...quão grossa é sua carapaça?

Café?