sábado, 29 de setembro de 2007

E ela nem era tão feliz assim...
Sentia-se como se lhe faltasse algo, algo não de tripé, que inveja uma outra perna, algo de mesa, sabe? Mas não tinha sido ela ao escrever um dia sobre felicidade nos seu caderninhos de colegial, dizendo ser esse o maior de todos os males? Algo que somente se almeja, sem nunca alcançar? Algo que te impede? Nem se lembrava mais, tinha tanto tempo, e aquilo parecia pertencer a uma outra vida...às vezes, como naquela tarde, ficava imaginando como seria sua vida se vivesse mais, tudo lhe era tão teórico, sempre tinha aqueles bons conselhos que eram acatados de bom grado e que levavam quase sempre a um bom resultado...mas era tudo teoria, que se aprimorava a cada "final feliz", criando uma consistência meio que...científica? Os problemas com os outros eram sempre sentimentais, e problemas sentimentais tem um "quê" de ordinariedade... não, já passara dessa fase, talvez nem tenha chegado nela, de tanto ouvir, acostumara-se a não sentir, não querer sentir, não...saber sentir? Sim, ela não sabia sentir, não ia no mesmo compasso, era sempre aquela bossa nova-em-noite-de-garfieira, porque tem coisas que a teoria não ensina, daí aquela falta de tato, os desencontros, tudo que ela não queria e que estava sempre ali...

"This land is mine, but I let you, I let you navigate on your demain..."

quarta-feira, 19 de setembro de 2007

" SOu meu próprio líder, ando em círculos...me equílibro entre dias e noites...."


Não estava certa quanto ao ser o próprio líder, mas sim, andava em cículos e sempre ia no paralelepípedo....nossa, palavra grande,rs. Tinha dormido pouco naquela semana, nada sobre o plano de estudar nas "férias" estranhas, mas pelo menos a leitura ia bem, queria acreditar que seu espírito altamente anti-social era um efeito colateral de doses excessivas e mal administradas de uma leitura densa recheada com o que costumava ouvir ultimamente. Não tinha certeza quanto a isso também...Certeza. Vontade de gargalhar, mas é noite e não pode, porque não saberia dizer o que é certeza, pois há muito perdera a noção sobre conceitos super-definidos, o que sentia parecia rascunhos e sua experiências revelavam-se cada vez mais inacabadas. Estava era sedenta de obras primas, que só ameaçavam despencar tal como a chuva não caida da manhã daquele dia. Às ficava assim, com aquele sentimento de alguém que se sente tão maior a ponto de não caber em si, como se a casca deliciosamente moldada fosse explodir de repente e mostrar o lado...humano(?) da coisa, sabe? Outras vezes se sentia tão pequena que a impressão que tinha é que todas suas roupas estariam largas...momentos como esse e ela conseguia ver um pouco de quem realmente era...sem prévias, sem pausa para foto, só aquela parte que todos teimam em esconder, de si mesmos, porque todos têm receio do que lhe é mais particular, assim barganha-se consigo mesmo e sempre se sai perdedor....

segunda-feira, 17 de setembro de 2007


Eu gosto de me sentir assim..e isso é raro de acontecer, esse não doer, não machucar, essa doce e leve indiferença por coisas vividas e que foram mais doentias que sãs... mas que não trazem arrependimento. Comer com gosto, sem nojo da maldade alheia, perceber que existem os maus e os bons, e que esses últimos estão sempre ao seu redor, embora por vezes ofuscados pelo simples prazer daqueles que te fazem sofrer, ver que o "sofrer" não existe mais, ou encará-lo como só mais uma coisa de te atrapalha, mas que você vai remover, porque o tempo te trata como um enfermo, curando pouco a pouco, removendo toda a putrefação de suas feridas, algumas mais intensas que outras, é fato...mas ele suavemente te trata... e então, um dia você acorda achando que suas lágrimas combinam com você em dias especiais, como quando seu amigo alcança um objetivo, e... nossa! É como se fosse você, ou quando você escuta aquela música que foi feita pra você a ponto de te fazer estremecer e achar isso o máximo! E até mesmo vendo propaganda de fim de ano,rs... e você vê que não há mais ferida... que nada no mundo é capaz de te machucar mais, que você está de certa forma imunizada daquele mal...você vê que amar não é sofrer demais, que sofrer demais é tolice, e que no fim de tudo, sempre restarão boas histórias para contar...

domingo, 16 de setembro de 2007



EStranheza...


Rs...


"I want you to notice, when I'm not around...I wish I special, you're so fucking special, but I'm a creep, I'm a weird..."



Sentir-se estranha e perder-se na estranheza.

AChar-se gorda, gigante, quando se está magra
E teu cabelo não ajudar também, querer...
Querer sim

Não conseguir ler, nem produzir nada, alienar-se

Ouvir metal progressivo e achar até animado

Só querer ouvir isso...

Perder o passe e ir andando para casa

E sair com pessoas legais, mas querer estar em casa

Fingir sorrir toda hora, tentar ser gentil

Magoar quem não merece, agradar que não merece

Estar sozinha por muito tempo, estar presa dói

Falar besteira para chamar atenção, arrepender-se

Não falar com os pais por muito tempo, desconhecê-los

Ter medo de perder quem se ama, medo do novo

Fazer planos que nunca se concretizam...fazê-los sempre

Não ter esperança, ter esperança

Estar sozinho, fingir não estar

Não saber qual o pior...


E é uma dor que não passa, uma ida sem rumo, um querer fugir que não cansa, uma voz que não cala...









quarta-feira, 12 de setembro de 2007



Hey...I was just thinking what I could write here today, but I didn't find anything interesting, so...I remembered I'd talked with a friend of mine, my workmate, and..hã...rsrs...he has a poliglote blog, so I think I could try to say some things, just to improve my english...The fact is, I spent all my holliday alone, watching a new sit.com, and I think (sorry the term) it's f***** my mind, rsrs...Then I decide see a pretty thing today, The O.C, and I saw all those kitty kitty couples, and...now I'm feelling empty...you know...I have no trouble if the others are happy, if they are, I'm too...but I'm really tired of all it...





Ela sempre fora sensível...de um jeito que simplesmente não conseguia explicar. Tal como aquelas coisas inerentes à personalidade, quando só se é e pronto. Aos quatorze começou com aquele rock-meio-transviado-depressivo dos anos 80...sua mãe não gostava. Mas depois de crescida percebia o quanto aquilo a havia moldado, mesmo aquela literatura importada ou os livros esotéricos havia ajudado, porque gosto era algo que se moldava...Não se considerava uma jóia. Era desajeitada, de fato. Mas gostava de tudo aquilo, do mal humor, das formas mal definidas, dos desenhos mal traçados, da desafinação...do jeito humano, até dos erros ela gostava, gostava sim...esses eram os oleiros mais perfeitos....

segunda-feira, 10 de setembro de 2007



Quinta, sexta, sábado e domingo...


"06:04; 06:05; 06:05; 06:05
Esperando o apito da chaleira
Vejo o tempo parar
Parar
O tempo pirraça"

Eu só, eu comigo mesma, eu com todos filmes não assistidos, com Kafka, lá...me olhando com toda sua complexidade de ser transformado em inseto, eu trancando todas as portas possíveis, e deixando só uma aberta, rs...
Eu. O se econtrar ao estar só, o querer estar acompanhada...o não querer sair de casa, mas sair para não pirar, o querer estar...mais uma vez...
O fazer-cara-de-boba a cada palavra...
O não-querer-tudo-isso e querer ao mesmo tempo...
E achar engraçado...
Every single word(só ficaria bonitinho assim...)

sábado, 8 de setembro de 2007




Coisa estranha e eu não gostei, não gostei mesmo, uma sensação de vazio, de estranhamento, de "e agora José?"...e com quem vou conversar agora?Quanto tempo tinha? Duas semanas? Mais, nem sei...sei do que eu tô sentindo agora...sei lá, frio na barriga, nó na garganta...quero sentir isso de novo não, esse querer estar perto, querer estar assim..."juntinho sem caber de imaginar até o sol raiar"...de querer dividir...querer ouvir...não gostei, não gostei...mas somos livres, hã?Mas eu bem que queria você pra mim...ah se sim...

sexta-feira, 7 de setembro de 2007

Lá vai ela


Que será isso

Que serrá isso

Será ela suicida?

Não respeita as leis da física?

-Sai daí menina!

Grita a mãe desguarnecida

-Mais, uma vez, oh não, mais uma vez

Gritam os amigos em contenção

Mas lá vai ela, sim, mais uma vez, lá vai ela

Pro alto da torre que lhe parece a mais bela

Com cara pintada, no cabelo madrepérola

Será ela?

-NÃO É POSSÍVEL!

Tá doida menina?

Leu Freud não?

Querendo trucidar logo o coração?

domingo, 2 de setembro de 2007


Essa tinha sido a primeira vez. Sim. Desde que era criança ia à igreja, por costume, porque seus pais iam, ela sempre os acompanhava. Mas não dessa vez. Dessa vez tinha caminhado com seus próprios pés, e tinha chegado assim, meio tímida, com vontade mesmo de passa direto, mas não...

-Boa noite

-Boa noite

Estava feito. Sentou no último banco e sentiu uma onda de boas vibrações naquele lugar, pessoas sorrindo, sendo gentis umas com as outras, coisa difícil mesmo de se ver. Ainda naquele dia mais cedo falara com suas amigas sobre o não acreditar mais, nas pessoas, em certas coisas...e agora estava ali, ouvindo um homem não tão moço, mas que conservava um frescor que só os amadurecidos transmitiam. O moço-senhor leu algo no livro dos Provérbios, não se lembrava do capítulo ou versículo, mas era algo sobre se desfazer de coisas valiosas em troca de bagatelas, algo sobre ser enganado, algo sobre ser resgatado. Ser resgatado. Isso ficou em sua mente enquanto voltava para casa inspirando grandes quantidades de ar, sentindo o vento, agradecendo, de fato. Passou por um grupo de amigos na rua, na camisa de um deles tinha uma frase: "Jesus te ama"...e isso a fez se sentir muito, muito bem....
P.S: O quadro é de Rembrandt, se chama o Filho Pródigo