quarta-feira, 11 de março de 2009



Ela havia crescido. Saíra da Terra do Nunca, acenando com uma saudade, um lenço e uma lágrima. Deixara para trás os prendedores de cabelos, aqueles coloridos. O arco-íris, elo entre o sol e a chuva, nadava ao longe, perdido em ondas cinzas...ou estaria andando na areia pastel?
Acordara um dia e estava diferente, triste não ter se dado conta do fato, era uma auto-suficiência implícita e arrogante. Pena não ter se apercebido. Trabalhava, estudava, chegava em casa, fazia contas, pagava-as, queria mais dinheiro, ligava pros pais, afinal, “a segunda estrela à direita e então direto, até amanhecer”, é sempre uma boa direção a seguir.
O tempo era sempre tão curto e o “não” tão mais apetitoso, de repente estava só... e, curioso...a solidão lhe parecia uma taça delicada, recipiente de uma bebida doce e morna que ela queria sempre mais e mais. Foi assim, nesse torpor, crente de que tudo continuava o mesmo, amigos, família, e amores, que permaneceu.
Saira da Terra do Nunca
Sem escolha, sem aviso.
Pena não ter se apercebido.