domingo, 27 de janeiro de 2008





A cada dor de cabeça, um parto. As idéias correndo e gritando, eu tentando apanhá-las, de um lado para outro

-Tragam água quente!!!

Como se eu pudesse guardá-las todas, como se elas
fossem
caindo
de árvores e se fincando no solo, macias, quentes, fecundas, a cabeça dói e as idéias, quase sempre, me fogem. Preciso

Escrever
Ensinar
Realizar sonhos
Preciso meu projeto de filosofia e escrita
Preciso um abraço
Me dá um abraço?
Dê-me um abraço, diz a gramática
Mas a menina aqui, em alto e bom som, sempre grita
Me dá um abraço você!

Preciso um livro, que seja assim meu, mas como fazê-lo se não sei escrever?Tão poucas linhas... se gosto do belo e não sei fazê-lo por muito tempo, dar à luz palavras simples e engraçadas, prender, enlaçar, fazer a comida perder-se ao fogo pela (des)atenção que causa a leitura, como fazer o belo se estender por linhas e linhas e pautas?Como fazer chorar com palavras, ou fazer essa coisa mágica de refletir-se....como ser forte o tempo todo e criar, não misturar-se a criatura com o criador? Ser ficta, íntegra e acima de tudo belo e extenso como um livro, linear como um livro? Envolvente como um livro?Como querer ser lido?

-Faz um poema pra mim?

É que sou mais prosa que poesia, sou do ritmo lento, quase parando que um texto tem, e que consegue prender mais que a musicalidade de um poema. É o disforme e indefinido. O não saber para onde se vai...vai ver é isso...Vou aprender para onde ir...