quinta-feira, 22 de março de 2018

Tinha quinze anos quando me apaixonei pela primeira vez. A sensação de que minha vida teria sido totalmente diferente se eu não tivesse dado asas aquele sentimento tem me perseguido por toda vida.
Sofri todas as vezes que me apaixonei.

Ainda assim prefiro aquilo a esse limbo morno e confortável do “não sentir”.

"Quem é mais sentimental que eu?"

sexta-feira, 3 de maio de 2013





“E o tempo se conta mesmo em anos. Deus me livre se fosse em dias. É como crescer ou envelhecer que só se vê em anos. Como é que se pode ver a curva tão larga das coisas se se está tão próximo como é próximo o dia? Pois se às vezes a palavra que falta para completar um pensamento pode levar meia vida para aparecer.” C.L



Há aproximadamente cinco anos, postei aqui no blog um texto muito pessoal... quando ele recebeu um certo comentário (ambos estão abaixo), eu o apaguei imediatamente e justifiquei para mim mesma que o fiz para "sanar" a infantilidade de postar algo tão íntimo. Essa foi a "verdade" que inventei para mim. Na realidade, eu só não queria me sentir assustadoramente vulnerável cada vez que entrasse aqui...Mas isso foi há tanto tempo...e, como disse Clarisse, "o tempo se conta mesmo em anos"...o fato é que eu guardei o texto e o comentário, por que? Porque eu não desapego do que é meu, do que fez parte de minha história, tenho até hoje cartas lacradas que nunca mandei, tenho esse blog, e é mágico entrar aqui e perceber que já não sou a mesma pessoa que escreveu (de fato, tem coisas aqui que desconfio terem sido escritas por mim) e, ao mesmo tempo, perceber que que eu ainda dialogo com o ser humano que eu era há cinco, seis anos atrás, apesar de tantas coisas e graças a outras tantas.

Tem dois anos que postei algo aqui, então, resgatando memórias e "direto do túnel do tempo"...

Sexta-feira, 14 de Março de 2008

Um ano..."demorei pra esquecer, demorei pra encontrar, um lugar onde você não me machucasse mais...e guardei um pouco, porque o tempo é mercúrio-cromo, e tempo é tudo que somos..."

Um ano de uma noite chuvosa, um banquinho, um beijo às furtivas e uma aula de direito penal não assistida...um ano de francês, de novas amizades, de distância, de esperança, de percepção de, como disse a Morte em "A menina que roubava livros", "as pessoas me assustam", um ano de encontros e desencontros, de aprendizagem mesmo, de enxergar defeitos nos outros, mas fundamentalmente, de percebê-los em mim mesma. Percepção número um: os outros erram...e você erra junto com eles....percepção dois: às vezes você comete os mesmos erros dos quais foi vítima...e isso te faz sentir muito mal....Aprendizagem um: não cometê-los de novo. Um perdão é lícito conceder, dois perdões....jamais. Aprendizagem dois: não odiar quem errou com você, o ódio, assim como seu antagonista, o amor, é sublime demais, não o desperdice com qualquer um, não superestime o outro, nem no primeiro, nem no segundo....Aprendizagem três: erros vem de pessoas, não de situações, não cometer o pecado de generalizar....Um ano de confusão...de profusão...de idéias, de gentes, de cores, de sentimentos...um ano de Clarisse e Kafka às vezes....só um ano... e "só por hoje, eu não quero mais chorar, só por hoje vou me lembrar que sou feliz..."
Postado por Daniely às 07:10

Nesse eu comentarei [não sei ao certo o motivo, mas talvez eu saiba e tenha medo de estar errada e ser boba. Enfim].
Tenho SEDE quando venho em seu blog. Vc demora para escrever, mas qdo escreve é sempre algo sublime.
Lembro-me de coisas que ocorreram um ano atrás, tb.
Lembro de alguns desafetos.
Lembro de um rompimento de namoro.
Lembro de ter 'achado' alguém.
Lembro-me tb de um banquinho, só não sei se era uma noite chuvosa.
Lembro-me de horas mágicas e envolventes.
Verdade.
Às vezes a gente erra mesmo. Mas às vezes o nosso erro é só pro outro enão pra nós.
Justificar nem sempre vale a pena [mas às vezes, ameniza].
O tempo passa e coisas se apagam [ou não].
Tem quase ou mais um pouco de um ano que eu não-errei... eu fui 'impulsiva', talvez.
Marcas? Acredito que ficaram.
Um carinho imenso e uma admiração, tb.
Houveram uns 2 desencontros, mas a sensação que tenho é que talvez eu nunca tivesse encontrado de verdade, ou, como se ficasse apenas num campo abstrato.
É assim que sinto.
É assim que senti.
Foi assim, há um ano atrás.
30 de Março de 2008 18:58

sábado, 25 de dezembro de 2010


"Eu sempre achei que o amor, que o grande amor fosse incondicional. Que quando houvesse um grande encontro entre duas pessoas tudo pudesse acontecer… Porque se aquele fosse o grande amor, ele sempre voltaria triunfal… Mas nem todo amor é incondicional… Acreditar na eternidade do amor é precipitar o seu fim. Porque você acha que esse amor aguenta tudo, então de um jeito ou de outro você acaba fazendo esse amor passar por tudo…. Um grande amor não é possível. E talvez por isso é que seja grande – para que nele caiba o impossível."

É triste perceber um estalo em algo que supúnhamos inquebrável...

quinta-feira, 31 de dezembro de 2009


Sem votos esse ano.
Sem tantas palavras.
Apenas viver de maneira intensa.
Se há um desejo, é esse.

quinta-feira, 2 de julho de 2009

Apaixonar-se...




Perder-se...

Olhou pela janela do ônibus, o vento varria a cidade em línguas imperiosas..."vai chover", pensou.

Encontraram-se na porta de uma loja qualquer, ela comprava uma coisa qualquer...um all star...olharam-se, daquele jeito que só os amantes fazem e compreendem, suas mãos se tocaram um instante, um leve roçar, um arrepio.

Sairam conversando trivialidades, ela havia clareado o cabelo, o tocou de leve, fazendo um carinho atrás de sua orelha. Sorrisos.

Engraçado como as pessoas passam pela vida sem notar os pequenos detalhes do que lhe cercam. O correr as faz perder o que de mais saboroso há por aqui: o outro. O não notar, essa desatenção que as torna anônimas, não as faz perceber que é tão bonito isso...de se apaixonar.

Encontrar-se.

Despediram-se com um sorriso triste, um abraço quente e uma promessa de um dia talvez...

sexta-feira, 20 de março de 2009


"-Não te amo mais.
-Desde quando?
-Agora. Desde agora.Não quero mentir e não posso contar a verdade, então, está tudo acabado.
- Não me importo. Eu te amo. Nada importa.
-Tarde demais. Não te amo mais. Adeus."





Tênue (e triste) a linha que separa o "querer" do "não mais querer".

quarta-feira, 11 de março de 2009



Ela havia crescido. Saíra da Terra do Nunca, acenando com uma saudade, um lenço e uma lágrima. Deixara para trás os prendedores de cabelos, aqueles coloridos. O arco-íris, elo entre o sol e a chuva, nadava ao longe, perdido em ondas cinzas...ou estaria andando na areia pastel?
Acordara um dia e estava diferente, triste não ter se dado conta do fato, era uma auto-suficiência implícita e arrogante. Pena não ter se apercebido. Trabalhava, estudava, chegava em casa, fazia contas, pagava-as, queria mais dinheiro, ligava pros pais, afinal, “a segunda estrela à direita e então direto, até amanhecer”, é sempre uma boa direção a seguir.
O tempo era sempre tão curto e o “não” tão mais apetitoso, de repente estava só... e, curioso...a solidão lhe parecia uma taça delicada, recipiente de uma bebida doce e morna que ela queria sempre mais e mais. Foi assim, nesse torpor, crente de que tudo continuava o mesmo, amigos, família, e amores, que permaneceu.
Saira da Terra do Nunca
Sem escolha, sem aviso.
Pena não ter se apercebido.