sábado, 27 de outubro de 2007



"Sem o amargo o doce não é doce..."



Ela nem sabia tanto da vida ainda, era fato, não conhecia nada do mundo, e o seu era bem pequenininho, se tentasse caberia na suas próprias mãos, ou no dedo mindinho de um deus longínquo, que ela se perguntava às vezes (lê-se quase sempre) onde estava, mas o simples fato de perguntar já confirmava sua fé, uma fé assim, flexível, que se dobrava e reverberava em tais perguntas, tal como o barulho que ouviu naquela manhã quando caminhava sozinha por um bosque e ouviu o som que as árvores faziam ao se dobrarem à força do vento. E ela nem sabia de nada também, quando descobria algo novo aquilo lhe doía, porque, acreditem, o saber dói, e é de uma dor tamanha, que nem tem analgésico, pois que uma vez que você sabe, a ignorância não lhe tolherá novamente, daí é viver com aquela gota de limão no seu copo, e ele para sempre terá um sabor diferente ...um sabor meio assim, azedo...em oposição ao doce do não saber. Vai ver o segredo está no não, por vezes o não é visto como algo doloroso e cruel, mas o não querer, é também o não sofrer...Pare! Que ele não é doce, é sim, insosso, quase que insípido...