quarta-feira, 11 de março de 2009



Ela havia crescido. Saíra da Terra do Nunca, acenando com uma saudade, um lenço e uma lágrima. Deixara para trás os prendedores de cabelos, aqueles coloridos. O arco-íris, elo entre o sol e a chuva, nadava ao longe, perdido em ondas cinzas...ou estaria andando na areia pastel?
Acordara um dia e estava diferente, triste não ter se dado conta do fato, era uma auto-suficiência implícita e arrogante. Pena não ter se apercebido. Trabalhava, estudava, chegava em casa, fazia contas, pagava-as, queria mais dinheiro, ligava pros pais, afinal, “a segunda estrela à direita e então direto, até amanhecer”, é sempre uma boa direção a seguir.
O tempo era sempre tão curto e o “não” tão mais apetitoso, de repente estava só... e, curioso...a solidão lhe parecia uma taça delicada, recipiente de uma bebida doce e morna que ela queria sempre mais e mais. Foi assim, nesse torpor, crente de que tudo continuava o mesmo, amigos, família, e amores, que permaneceu.
Saira da Terra do Nunca
Sem escolha, sem aviso.
Pena não ter se apercebido.

18 comentários:

Fabrício Bezerra disse...

Parbens pelo post pelo blog.O texto é muito bom

Anônimo disse...

excelente texto, excelente alusão à história de Peter Pan e um perfeito uso de palavras e lógicas enfim... muito bom mesmo... parabéns !!!!

Cinéfilo disse...

Um bom texto sobre amadurecimento, que é, quase sempre, doloroso.
Gostei.

Na verdade, é quase um poema em prosa de tão lírico. Mas pertence ao terreno das narrações - e das boas.

Isabel Leon disse...

Nós perdemos a criança que deveria viver dentro de nós. Ela é pura, humana, solidária e sempre interessada em tudo e todos.
Nós desligamos dela e viramos estas pessoinhas pequenas, fúteis e egoístas. Triste como encaramos o amadurecimento.

Anônimo disse...

muito bonita sua forna de escrever!
cativante e legal.
simples e rebuscado. uma verdadeira antitese!

sucesso!

se puder:
http://natanfusco.weebly.com/

ultima postagem:
http://natanfusco.weebly.com/ultima-postagem.html

Anônimo disse...

Por mais difícil que pareça, sempre dá pra voltar pra terra do nunca...

Texto perfeito, blog lindo!
Voltarei com certeza!

Anônimo disse...

Sempre é difícil abandonar a Terra do Nunca, alguns não se dão conta, outros fazem de tudo para sair dela... Eu preferia ter encontrado a saída há muito

Belo post, parabéns
Ótimos textos até o momento

Leandro Merlllin
http://olhardesaldejack.blogspot.com/

Anônimo disse...

Eu preciso perder essa sindrome de Peter Pan que eu insisto manter. Uma pena.

Belo texto.

Anônimo disse...

Gostei do texto, muito bom mesmo.
Crescer nem sempre é fácil, né?

Bom fim de semana.

Lina :) disse...

O meu "não entendi", só para constar, foi sobre o seu comentário em meu blog, porque você havia comentado na postagem anterior e não na mais atual. Logo depois você reparou o erro.
--'

Sobre o texto, eu entendi, sim senhora. E sobre crescer, mais ainda.
Bela a maneira como você expôs a transição do crescimento. E triste o final da personagem por não ter dado conta do que estava acontecendo.

Beijos :*

Anônimo disse...

pior ainda é quando a gente percebe. aí é que dá aquela saudade da 'Terra do Nunca'.

ótimo post!

Liipee disse...

é ruim crescer..
ja escrevi no meu blog..
é complicado..
é irracional..
pra falar a verdade..
a saudade é imensa e você demonstra isso !

gostei do blog..
bejocas.
:*

Rodrigo Andolfato disse...

Crescer é muito difícil mesmo! Gostei do texto, se parece comigo. Aos trinta e um anos me pergunto se ainda lembro como era a terra do nunca.


Abraços

danii disse...

amei teu comentario no meu blog, amei teu blog e teus textos !parabens!!!

Thiago Paulo disse...

Muito bom...sabe que quando si da terra do nunca lei um susto...tipo, depois que terminei o colegio, não sabia oque fazer. ai veio a responmsabilidade, as coisa de adulto, e sempre acho que tenho a sindrome de perter pan... sempre querer ser criança.

abraços...

visite meu blog: www.thiagocineseries.blogspot.com

Anônimo disse...

Crescer... um processo lento, doloroso e com o qual nem sempre concordamos. A vida, autoritária ditadora que nos impõe a passagem do tempo. Os dias escorrem entre nossos dedos.

Kamila Stonoga disse...

eu não sou de escrever recado em blog, mais por acaso achei o seu e adorei!
adorei o que vc escreveu e tbm porque me intendifiquei com o post.
E ainda fiquei encantada com o seu perfil.. eu tbm adoro essa musica, e tbm espero por algo maior.

Parabens! seu blog é encantador!
;***

Denise Ferreira... disse...

Sempre que eu leio esse texto dá vontade de chorar,
lindo. Parabéns